Representatividade e o Oscar

Quando o assunto é o Oscar, a falta de diversidade não é novidade. Em seus quase 100 anos de existência, somente cinco mulheres concorreram na categoria de melhor direção, com uma única vencedora (Kathryn Bigelow, em 2010). Em 2015, a indignação com a falta de indicados negros deu origem à campanha #OscarsSoWhite (“Oscar é branco demais”, em tradução livre), agora atualizada para #OscarsSoWhitePart2 (“Oscar é branco demais parte 2”) e #OscarsSoWhiteAndWithMoreMen (“Oscar é branco demais e tem mais homens”).

Quantas vezes você se reconheceu assistindo um programa de TV ou lendo uma revista? Muita gente não percebe, mas o fato de olhar ao redor e não se enxergar nos padrões veiculados nas mídias pode ser bastante prejudicial para a formação do caráter e construção da autoestima.

Recentemente pudemos acompanhar a premiação do Oscar, onde foi possível trazer novamente à tona a discussão sobre a falta de representatividade. Seja ela pelo fato de nenhuma mulher ter sido premiada na categoria de melhor direção, bem como, a falta de atores negros.

O impacto da falta de pessoas representantes de vários grupos implica na ideia de que eles, talvez, não pertençam àquela realidade.

representatividade

A falta de representatividade atinge muitas esferas da vida de várias pessoas — principalmente aquelas que estão longe de um padrão estético — de maneira séria e real, excluindo-as de situações cotidianas que deveriam ser normais para todo mundo.

Isso representa um problema mais sério e estrutural, ou seja, que está presente em várias estruturas da sociedade e que, além da autoestima, influencia o modo como essas pessoas vivem. O racismo é um exemplo: é conhecido que pessoas negras, devido a uma pesada carga histórica, sejam menos representadas e aceitas.

Além da população negra, surgiram novos termos e análises para definir a falta de representatividade em outros grupos e minorias. Um deles é definição da gordofobia, ou seja, a fobia de pessoas gordas. Muito mais do que uma questão estética, a gordofobia é um problema social, um tipo de preconceito.

O que impacta e muito na autoaceitação destas pessoas.

Isso foi provado por um estudo publicado em 2015 na revista Social & Personality Psychology Compass. Nele, foi concluído que a exclusão social por questões de peso está muito associada a quadros depressivos, ansiosos e de baixa autoestima.

Esse e outros cenários semelhantes representam problemas sérios, que devem ser discutidos e, muito mais que isso, estudados. Muito além da autoimagem, refletem diretamente no nível de desigualdade e exclusão em toda a sociedade.

Já quando o assunto é o Oscar, a falta de diversidade não é novidade. Em seus quase 100 anos de existência, somente cinco mulheres concorreram na categoria de melhor direção, com uma única vencedora (Kathryn Bigelow, em 2010). Em 2015, a indignação com a falta de indicados negros deu origem à campanha #OscarsSoWhite (“Oscar é branco demais”, em tradução livre), agora atualizada para #OscarsSoWhitePart2 (“Oscar é branco demais parte 2”) e #OscarsSoWhiteAndWithMoreMen (“Oscar é branco demais e tem mais homens”).

Na imagem principal, vocês puderam notar que a atriz Natalie Portman usou uma capa no Tapete Vermelho com os nomes bordados de diretoras que não foram indicadas ao Oscar. Essa foi a forma que encontrou de reconhecer as mulheres incríveis que não são reconhecidas pelos seus trabalhos e uma maneira de chamar a atenção da Academia por indicar apenas homens para a categoria de Melhor Diretor por mais um ano.

“O Oscar é um reflexo do mercado”, afirma o professor Humberto Neiva, coordenador do curso de Cinema da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), em São Paulo. Mesmo com a meta de dobrar o número de membros mulheres e de minorias até 2020, expandindo o número de votos para quase 9 mil pessoas, a Academia segue majoritariamente masculina (68% dos membros) e branca (84% dos integrantes).

E, como as indicações são feitas em blocos (diretores só podem ser indicados por diretores), a representatividade fica ainda mais diluída: não adianta ter quase 9 mil membros se eles entraram somente em sete dos 17 blocos, conforme revelou a Academia em 2017. “A votação é mais democrática, mas a indicação é feita por um número x de pessoas que fazem o crivo, e a maioria é mais tradicional”, explica Neiva.

Entretanto, é justamente porque a Academia está tão ligada ao mercado que pressões e campanhas tendem a surtir efeito. A nova meta de incluir mais mulheres e minorias, por exemplo, só foi estabelecida graças à campanha #OscarsSoWhite. E, por ser a última nas temporadas de premiações, os membros tendem a prestar atenção ao clima político do momento.

O impacto de uma (possível) estatueta

Oscar

Essa relação íntima com o mercado também ajuda a explicar por que é tão importante cobrar maior representatividade nos indicados ao Oscar. À primeira vista, pode parecer bobagem em uma premiação entre tantas outras, em uma indústria já marcada pela falta de diversidade. Mas nenhum outro prêmio tem tanto impacto e prestígio quanto o da Academia.

“O Oscar tem repercussão direta com o grande público, mais que Cannes, Berlim, Veneza”, observa Neiva. Uma das explicações talvez seja o fato de ser uma premiação da indústria para a indústria, e os Estados Unidos ainda são a maior potência ocidental quando o assunto é cinema. “É como se fosse uma chancela de que um filme é bom, mesmo que os critérios sejam principalmente comerciais.”

Não à toa, mais da metade do lucro com as bilheterias de um filme indicado ao Oscar vem depois da indicação, segundo o Statista. Em 2014, por exemplo, 90,4% do lucro de Sniper Americano veio depois da indicação ao prêmio, do qual não saiu vencedor. Entre os indicados deste ano, 1917 (que já levou o Globo de Ouro) espera ver as vendas nas bilheterias domésticas saltarem 192% até a cerimônia. “O melhor momento para um filme é entre a indicação e a festa”, explica o professor da FAAP.

Seguimos acreditando que apesar de ser um movimento silencioso, a realidade está mudando aos poucos, trazendo à tona questionamentos às marcas e grandes empresas, que inclusive mudaram sua maneira de fazer propaganda, considerando e compreendendo o impacto da falta de representatividade, não só em suas metas financeiras, como também na autoestima das pessoas que até então estavam excluídas.

Fontes pesquisadas:

https://revistagalileu.globo.com/Sociedade/noticia/2020/02/por-que-o-oscar-ainda-tem-tanta-dificuldade-em-ser-inclusivo.html

https://minutosaudavel.com.br/autoestima/

http://avozdotriangulo.com.br/natalie-portman-borda-em-vestido-nomes-de-diretoras-esnobadas-pelo-oscar-2020/

https://www.cineclick.com.br/galerias/oscar-vencedores-30-anos-melhor-filmes

http://4buzz.com.br/imprimir-representatividade/

Mas afinal, o que significa Sororidade?

Quem tem acompanhado o BBB 20, assistiu o momento em que a cantora Manu Gavassi, utilizou a palavra sororidade para justificar o seu voto em um dos participantes. Que reagiu com dúvidas sobre o significado desta palavra.

Mas pelo jeito não é só o participante que desconhece o significado desta palavra. Digo isto pois, após o ocorrido a busca pelo termo sororidade aumentou 150% na internet.

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Mas afinal, o que significa sororidade?

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Quando penso sobre sororidade, me vem a ideia de companheirismo ou até a expressão “brotheragem” usada pelos homens, porém envolvendo as mulheres. Mas seria injusto parar por aí, simplificar o conceito e pronto.

Quando falamos em sororidade, o prefixo vem de “sóror”, também em latim, que significa “irmãs”. Portanto, a tradução livre seria algo como a união entre irmãs.

Que tem tudo a ver com ressignificar a ideia de rivalidade entre as mulheres, promovendo um elo de irmandade.

Sororidade envolve um olhar mais coletivo, sem julgamento, considerando e apoiando diferentes realidades femininas. Seja a mulher negra, a que sofre preconceito diante dos padrões de estética…e assim por diante. Para que também haja representatividade. Em breve conversaremos sobre essa palavra também.

sororidade

É um movimento que envolve união, empatia e companheirismo para combater a desigualdade de gêneros.

É importante destacar que a sororidade está estritamente ligada ao movimento feminista, afinal, é através dela que se cultivam hábitos em prol da reivindicação de direitos femininos e a propagação de ideias ligadas a causa.

De qualquer maneira, a sororidade faz parte do dia a dia de todas as mulheres e, se ainda não faz parte da sua, confira abaixo boas explicações sobre o porquê é tão importante levantar essa bandeira e falar sobre o assunto.

Porque precisamos falar sobre sororidade?

– Para que se quebre o estereótipo de rivalidade entre mulheres criadas pela sociedade machista;

– Para que mulheres apoiem umas nas outras para crescer juntas, apesar da clara desigualdade de gêneros, que traz injustiça e menores oportunidades para elas;

– Para que possamos empoderar umas às outras, nos fortalecendo para entender o nosso papel na sociedade e lutar pelos direitos das mulheres;

– Para que, juntas, as mulheres sejam fortes o suficiente para desconstruir conceitos machistas e ultrapassados da sociedade patriarcal;

– Para que mulheres em situação de risco de vida e abuso físico e psicológico possam ter amparo em outras mulheres;

– Para que cada mulher que caia, tenha uma outra mulher para lhe estender a mão;

– Para que uma mulher com privilégios possa ser empática e ajude outras mulheres que vivem à margem da sociedade;

– Para que toda vez que tentem silenciar a voz de uma mulher, milhares de outras vozes se ergam e falem por ela;

– Para que as mulheres possam viver em harmonia entre elas, para que possam elogiar e compartilhar sua admiração umas pelas outras;

– Para que se crie uma comunidade que divulga, compartilha e apoia o trabalho de mulheres, criando espaço no mercado, na política e em outros territórios.

A lista de motivos pelos quais é imprescindível que as mulheres compartilhem o conceito de sororidade é praticamente interminável. Afinal, reverter e compensar a falta de privilégios ao gênero feminino é um trabalho de centenas de anos, mas, que não pode parar.

Neste momento a sociedade caminha para um estado de consciência sobre os problemas que enfrenta. Cada dia mais espaços de debate se abrem, mais comunidades se unem e mais conquistas as mulheres alcançam. Por esse motivo, esse é o melhor cenário para seguir em frente e continuar fazendo cada vez mais! Vamos gerar mais e mais visibilidade para que um dia ninguém mais precise ser conscientizado de coisas tão óbvias como a equidade de gêneros.

Enquanto isso, contamos com a sororidade para que juntas sejamos mais fortes!!!

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Fontes para desenvolvimento do conteúdo:

https://www.msn.com/pt-br/estilo-de-vida/cabelo/saiba-o-que-%C3%A9-sororidade-e-porqu%C3%AA-%C3%A9-t%C3%A3o-importante-falar-sobre-isso/ar-BBTvnwd

https://revistaquem.globo.com/TV-e-Novelas/BBB/noticia/2020/02/manu-gavassi-do-bbb-20-faz-busca-pelo-termo-sororidade-aumentar-150.html

Fonte Fotos:

Imagem reprodução – Universa – Uol e Pinterest