A série Enem no Divã explica como lidar com a cobrança da família para encontrar um emprego antes de entrar na faculdade. Veja ilustração exclusiva e recomendações dos especialistas.
Alguns estudantes que estão prestando o Enem são desencorajados a seguir estudando para poder trabalhar e contribuir financeiramente para a sobrevivência da família. Este é tema da série ilustrativa Enem no Divã, da Universia Brasil. Leia as recomendações dos especialistas:
Sandro Caramaschi (psicólogo e professor da Unesp)
“Isso tem que ser negociado, não tem regra pronta. Ele precisa conversar com os pais, entender a realidade financeira da família. Pode ser uma necessidade real. Também pode ser uma atitude dos pais em relação a um estudo que não auxilia na formação geral da pessoa. Eles podem argumentar, talvez até pressionando com determinadas atitudes, mas não há nada que substitua o diálogo”.
Helio Roberto Deliberador (psicólogo e professor da PUC-SP)
“O melhor caminho é o diálogo e apoio da família. A participação de padrinhos, tios e de outras pessoas nesse processo é fundamental para que determinada situação chegue a um consenso. O ideal é que o jovem possa seguir seu projeto e sua busca pessoal”.
Antonio Carlos Amador Pereira (psicólogo e professor da PUC-SP)
“Esse jovem precisa refletir sobre o que ele quer e como poderá conseguir isso. Muitas vezes, a família não é contra simplesmente porque quer. Ela tem medo de que ele pare de trabalhar e pare de ajudar. Por isso que muita gente continua trabalhando e vai estudar à noite. Ao mesmo tempo, é possível perceber que, ao estudar mais, terá condições de evoluir na carreira, portanto, a médio e longo prazo, vai ganhar mais também”.
Sérgio Medeiros (psicólogo e coordenador do IBMR)
“Um aspecto que seria interessante de ser trabalhado com os pais é que os alunos poderão ter empregos melhores e ter uma condição econômica melhor com uma formação acadêmica. Se os pais não compreenderem isso, estão condenando os filhos a ocuparem eternamente empregos mais subalternos na estrutura social. A forma que eles têm de superar essa dificuldade é exatamente a partir da formação acadêmica. É possível também estudar e ter um rendimento através dos estágios. Muitas vezes pode-se dizer que não se paga muito bem, mas um emprego sem formação acadêmica não vai ser muito diferente. Na verdade, para muitos jovens, o que ele receberá trabalhando 8 horas por dia como um profissional não vai ser muito diferente do que ele vai receber como estagiário, que no caso está buscando uma oportunidade de mudar essa realidade”.
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Orientação Profissional – Jennyfer Gonçalves
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